A poluição da água é uma questão muito séria e necessita de medidas urgentes por parte de todas as nações do Mundo, principalmente as mais industrializadas, que são obviamente as que mais poluem. Terão de ser adoptadas medidas de carácter urgente e ainda assim diversas organizações e especialistas do sector indicam que as gerações futuras estarão já seriamente comprometidas. Existem vários estudos que apontam para a poluição da água como sendo a maior causa de morte e de doenças por todo o Mundo, e que esta seja a responsável pela morte de cerca de 14000 pessoas todos os dias.
De uma maneira geral existem três formas de contaminação da água, a forma química, a física e a biológica:
Contaminação química
Este tipo de contaminação altera directamente a composição da água e pode ser de origem orgânica ou inorgânica. Os orgânicos (biodegradáveis ou persistentes) são normalmente compostos pelas gorduras, proteínas, hidratos de carbono, ceras, solventes, entre outros. Os inorgânicos normalmente envolvem os alcoóis, tóxicos, ácidos, sais solúveis e os inertes.
Contaminação física
Ao contrário da química, a contaminação física não reage com a água mas afecta muito negativamente a vida dos ecossistemas onde ocorrer a contaminação. Os agentes físicos podem envolver a radioatividade, o calor resultante das alterações climáticas e a mudança do sistema terrestre, por meio da movimentação de terras ou similares. Alguns fenómenos naturais extremos, como as erupções vulcânicas, as tempestades ou os tremores de terra, poderão ser a causa de alterações significativas na qualidade "física" da água e das suas condições nos ecossistemas.
Contaminação biológica
Consiste na introdução de organismos ou microorganismos estranhos aos ecossistemas, ou então no aumento significativo de determinado organismo ou microorganismo já existente e que passa por isso a ter um efeito negativo. Estes micro-organismos normalmente dividem-se em dois grupos; os microscópicos (vírus, algas, protozoários, helmintos e bactérias) e os macroscópicos (plantas e animais que não pertencem a um respectivo habitat natural).
Além das três categorias de poluição da água, existem outras duas relativas ao foco poluente:
Poluição localizada
A fonte de poluição tem origem num ponto específico, como por exemplo uma infiltração contaminante numa tubagem, ou então as descargas poluentes de indústrias nos rios ou oceanos. Existe também uma problemática grave em países pouco desenvolvidos e que não possuem redes de saneamento básico, onde normalmente os dejectos humanos acabam sendo lançados no meio ambiente, criando graves focos de contaminação e consequentemente de doenças.
Poluição não localizada
É uma forma de contaminação extensa que não tem origem num único foco ou localização. É normalmente resultado de acumulação dos agentes poluidores numa área de grandes dimensões. São exemplos de poluição não localizada as águas pluviais contaminadas recolhidas de áreas industriais, urbanas e agrícolas.
Os principais contaminantes da água são:
• CO2 em excesso (por exemplo os gases industriais);
• Contaminação térmica;
• Substâncias tóxicas;
• Agentes tensoativos;
• Compostos orgânicos biodegradáveis;
• Agentes patogénicos;
• Partículas sólidas;
• Nutrientes em excesso (eutrofização);
• Substâncias radioactivas;
Á água é um recurso indispensável à sobrevivência humana e para além da poluição, existe também o grave problema da escassez. Torna-se cada vez mais importante a consciencialização de todos, principalmente das camadas mais jovens, por forma a mudar rapidamente os hábitos e as mentalidades que levaram este problema a uma escala de gravidade extrema.
A água que chega às nossas casas começa por ser captada no meio hídrico, seguindo para as Estações de Tratamento de Água onde é tornada adequada para consumo. Depois é armazenada em reservatórios e a partir daí é então distribuída a toda a população. Depois de utilizada é recolhida e novamente tratada, para ser devolvida à natureza em condições ambientalmente seguras.
Captação de água no meio hídrico
A água pode ser captada à superfície (rios e albufeiras) ou no subsolo (lençóis de água), através de furos ou poços. Pode incluir a atividade de elevação, que consiste em levar, através de processos de bombagem, a água de pontos baixos para os altos.
Tratamento de Água
Depois de captada, a água segue para a Estação de Tratamento de Água (ETA), onde é feita a correção das caraterísticas físicas, químicas e bacteriológicas tornando-a adequada para consumo. A água tratada é depois transportada da zona de captação e tratamento (produção) para as zonas de consumo, ficando armazenada em reservatórios que asseguram a continuidade do abastecimento. Por vezes, quando no processo de encaminhamento da água até ao reservatório, é necessário levar a água de pontos baixos para os altos, recorre-se à atividade de elevação, através de processos de bombagem
Principais etapas do tratamento
• Gradagem (Remoção de impurezas existentes na água, nomeadamente folhas de árvore, ramos, matérias em suspensão, areias e microrganismos);
• Coagulação, Floculação, Decantação (Adição de reagente e formação de flocos que pelo seu peso, se depositam no fundo dos tanques por gravidade, ocorrendo a decantação);
• Filtração (Depois de clarificada a água passa por um filtro de areia, no qual ficam retidas as partículas sólidas de menores dimensões);
• Desinfeção (Para eliminar os microrganismos (bactérias) prejudiciais à saúde humana a água é então desinfetada, com recurso ao cloro, ozono ou por radiação ultravioleta);
• Tratamento de lamas (Os sólidos removidos na etapa de decantação são sujeitos a etapas de espessamento e desidratação antes da sua deposição em aterro)
É certo que a tecnologia evoluiu e que nunca a qualidade da água de fornecimento público foi tão elevada. No entanto isto não significa que a mesma seja perfeita e que esteja ao nível de fiabilidade das diversas soluções de tratamento doméstico disponíveis no mercado. É fácil perceber que se residirmos longe de uma ETA (Estação de Tratamento de Água), em que a água tenha de percorrer largas dezenas, ou mesmo centenas de quilómetros até chegar às nossas casas, o que acontecerá a essa água durante esse percurso?
Rede de abastecimento envelhecida
Ocorre-nos questionar em que estado estará, e que idades têm, todas as centenas de quilómetros de condutas que a água percorre até chegar às nossas torneiras? As entidades municipais garantem a qualidade das águas fornecidas apresentando os resultados das análises de rotina.
• Onde é que são efectuadas essas mesmas análises?
• Nas nossas casas, à saída das nossas torneiras, ou lá longe?
• Será eficaz analisar a água longe do local de consumo?
• Há garantias que a qualidade não se alterou até suas casas?
Sabemos que são bastante frequentes os relatórios e as notícias de problemas relacionados com a água da rede, e isso por si só deverá ser motivo de alguma apreensão e investigação acerca da qualidade da água que a sua família consome.
Químicos e mais químicos
Para além dos problemas já referidos, existe também a questão de tudo aquilo que é adicionado à água para a tornar potável na rede de abastecimento público. O químico mais comum é o cloro, um poderoso desinfectante e que é adicionado nas ETA com o objectivo de eliminar os agentes patogénicos.
No entanto, o cloro reage com as partículas de resíduos orgânicos e produz um "ensopado" de subprodutos químicos (derivados de outros químicos) chamados Trialometanos (THM). Estes produtos químicos são altamente tóxicos e prejudiciais para a nossa saúde e estão relacionados com alguns casos de cancro retal e de cólon, bem com cancro na bexiga e casos de aborto espontâneo.
Nos Estados Unidos um relatório da EWG (Agência Ambiental Americana), divulgou que testes realizados em 201 instalações de água potável e que serviam cerca de 100 milhões de pessoas, todas as amostras destes testes continham Trialometanos (THM).
Veja aqui a definição de Trihalometanos (THM) na Wikipédia em Português.
Agricultura intensivamente química
Outra preocupação crescente dos tempos modernos, é o efeito extremo que o aumento da exploração agrícola dos solos, um pouco por todo o Mundo, tem no abastecimento e consequente qualidade da água.
Vários estudos indicam que este uso acelerado de produtos químicos agrícolas durante os últimos 20 a 30 anos, teve um impacto altamente negativo na qualidade das águas subterrâneas. O uso de fertilizantes químicos, de pesticidas e o consequente escoamento do estrume, podem conter fósforo e nitratos.
Pesquisas em todo o mundo, revelaram que existem hoje elevadas taxas de Nitrato Nitrogénio (NO3-N) em águas subterrâneas, e que esse aumento se deu entre 0,1 a 1,9 mg/l por ano, durante os últimos 10 a 20 anos. Está comprovado que muitas fontes de água subterrânea excedem hoje em dia os padrões recomendados da presença de NO3-N na água potável.
Este impacto nas águas subterrâneas, acaba por também prejudicar a qualidade das águas superficiais e obviamente que todos estes elementos poderão originar problemas de saúde.
Veja aqui a definição de Nitrato Nitrogénio (NO3-N) na Wikipédia em Português (ver secção "Influência Humana").
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